Não é um segredo que sou
apaixonada pela história antiga e tardo-antiga, mas com
a grande exposição sobre Bernini que comemora os 20 anos da re-abertura da
Galleria Borghese, chegou o momento de falar do período Barroco,
inciando a instigar a sua curiosidade através do homem que foi o
maior representante deste período ou estilo: estamos falando do
grande Bernini, que é capaz de causar tanto estupor e admiração
entre espertos ou leigos em arte!
Bernini viveu entre 1598 e
1680 seus longos 82 anos e sobreviveu 8 papas!
Chegou
até nós uma anedota sobre o início da sua carreira, já no
início da sua adolescência,
quando foi levado ao papa Paulo V, curioso para conhecer o
tal jovem genial. O papa então pediu a ele que desenhasse uma
“cabeça”. E o jovem Gian Lorenzo respondeu “Que tipo de
cabeça?”, mostrando que conhecia as diferentes representações
entre um Cristo, um profeta, um apóstolo, etc.; já naquele período
Bernini tinha sido comparado ao grande gênio do Renascimento, Michelangelo, pelo
papa e pelo Cardeal Scipione Borghese.
Bernini
é descrito pelas pessoas que o conheceram como um homem de baixa
estatura, magro e elegante, com olhos pungentes e brilhantes; seus
raciocínios eram extremamente velozes e o seu modo de falar era
refinado e continha muitas vezes um duplo sentido, uma grande ironia.
É o artista
que sabe fazer apaixonar os papas, nobres e reis. Bernini será amigo de
Cristina da Suécia, rainha protestante que abdica ao trono a favor
do Catolicismo (esta história é já um capítolo que deve ser
escito separadamente!), vem morar em Roma (no Palácio Corsini de
Trastevere) e faz e acontece na vida cultural romana do século XVII.
Bernini foi à França e preparou o modelo para a estátua equestre
de Luis XIV, que nunca foi realizada, mas cujo modelo podemos apreciar na
coleção da Galleria Borghese.
Apesar
de ser um escultor e arquiteto, Bernini era louco pela pintura e seu
trabalho, uma vez escrutinado pelos últimos históricos da arte,
pode ser considerado como uma escultura que tem uma forte inspiração
na pintura, quase em uma tentativa impossível de imitá-la - e vemos
isso facilmente nos infinitos e milimétricos detalhes das suas
esculturas e na intenção em definir os diferentes materiais
representados: uma folha, a carne humana, um tronco de árvore. Observe “Dafne e Apolo”, por exemplo.
Além
de esculturas, obras de arquitetura e pinturas, Bernini realizou
cenografias e escreveu 22 comédias!
Um
homem com estas características finalizou e transformou a basílica
de São Pedro como nós a conhecemos hoje, com seu altar e cattedra
de San Pietro, com o baldaquim, com as quatro esculturas na base
das colunas que sustentam a cúpola.
Para
quem chega de Florença em Roma, nada mais natural do que imergir-se
no mundo Barroco, que foi uma consequência natural do Renascimento,
e mais do que natural, sobrenatural, pois o Barroco vai propor
ilusões de ótica e falsas perspectivas, e tudo isso faz com que
este estilo seja muito sedutor. Aliás, sedução é a palavra de ordem
do período da contra-reforma, para não deixar de mencionar o papel
fundamental que a arte vai exercer nas discórdias entre católicos e protestantes - tema que vai ser aprofundado logo mais neste blog.
Obras do Bernini podem ser vistas na Piazza Navona, Ponte Sant'Angelo (na frente do Castel Sant'Angelo), na igreja Santa Maria della Vitória, Basílica de São Pedro, Santa Bibiana, Galleria Borghese, São Francesco a Ripa, Santa Maria del Popolo, para citar as mais importantes.
Quando
vier à Roma, delicie-se com o Barroco da Galleria Borghese, além da Basílica
de São Pedro e das igrejas principais deste período: Igreja de Jesus, Santo Inácio e Santa Maria della Vitória.
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