Área arqueológica na Sicília: SEGESTA
No verão italiano a
palavra de ordem é: MAR!
A partir do início de Junho, em Roma o pessoal fica maluco e já
começa à ir para a costa durante os fins de semana; meu preferido é
a Sicília, isso já está claro para os leitores do blog, e aqui
falaremos de Segesta na Sicília, um sítio arqueológico maravilhoso perto de
Trapani e Alcamo (onde produzem um vinhozinho branco, que eu vou te
contar....).
O lugar era ideal para construir uma cidade, pois a altura da colina constistia numa defesa natural, a terra era fértil e a chegada ao porto (hoje, Castellamare del Golfo) era "ali do lado".
Um pouco de história de Segesta
Segesta é uma das áreas
arqueológicas com um templo dórico conhecido pelo seu excelente
estado de conservação, além de ser um lugar extremamente
sugestivo. Graças à dificuldade de acesso ao templo, ele não foi
utilizado como “pedreira” nos períodos sucessivos à decadência
da cidade - destino infame de inúmeros templos antigos e do próprio
Coliseu!
Na antiga Segesta habitavam os
Elímios, um povo que acredita-se ter sido uma
mistura de sicanos (autóctonos) e anatólios (estrangeiros
imigrados provavelmente da Anatólia), com uma influência grega iônica . A cidade cujas ruinas vemos hoje foi provavelmente fundada após à
queda de Troia, no final do II milênio a.C., período de guerras, terremotos e de consequência muitas mudanças ao
mundo hegemônico de Creta.
Se alguém se apaixonar pelo tema, a cidade de
Segesta foi mencionada por fontes antigas importantes: Tucídides e Diododoro Sículo (ou Diodoro da Sicília), Políbio, Cícero e Tácito.
Interessante também a origem do nome "
Elímio", pois
élymos para os gregos era um tipo di milho e "Elymoi" era o "comedor de milho" - um apelido definitivamente depreciativo.
Esta população
tinha como antagonista a cidade de
Selinunte. A razão principal da
rixa entre as cidades era a luta pelo porto com saída para o mar
Tirreno (com óbvia intenção de comerciar com os
Etruscos).
Foi uma das primeiras
cidades a passar para o lado dos romanos no início das Guerras
Púnicas.
.
O que vemos hoje
neste lugar com tanta história e provavelmente destruído pelos
Vândalos.
O que ver em Segesta
O templo que vemos quando
subimos o Monte Bárbaro, mais precisamente na altura de 305m sobre
o nível do mar, é o templo dórico que foi construído no V séc.
a.C. fora dos muros da cidade.
Suas dimensões
monumentais de aproximadamente 56x21m possuem ainda 36 colunas de pé.
Interessante o que nos contam os arqueólogos, êita raça de gente
inteligente: eles afirmam que a construção do templo não foi
finalizada e que a estrutura foi construída de fora para dentro, e
por isso não existe a “cella”, isto é, a estrutura fechada por
paredes onde fica o “
simulacro”, isto é, a estátua do deus ou
deusa a quem é dedicado o templo.
Além disso, nem chegou-se perto do acabamento final da decoração do templo, cujas colunas ainda teriam que ter as canaluras esculpidas, para ser posteriormente coberto de branco. Imaginem:
Exatamente por não ter sido
terminado, o templo pode ter sido salvado da destruição (também
uma hipótese dos arqueólogos).
Os dois outros centros do
povo Elímio eram Erice (Trapani) e Entella
(Palermo). Como essas três cidades eram construídas no alto, elas
podiam se comunicar através de sinais!
Onde comer perto de Segesta
Um bom quilômetro de uma
subidona íngreme nos leva à antiga cidade. Este trajeto pode ser
feito com o ônibus, onde podemos apreciar
traços dos muros de proteção da cidade e , caminhando nas antigas
ruas, nos dirigimos ao antigo teatro grego, uma estrutura parecida
com o que vemos em Taormina, onde o muro que fecha o teatro não
existe mais (arquibancada em excelente estado de conservação!). O
teatro grego (por não possuir arquibancadas que se
autossustentam, mas que foram cavadas na rocha) foi restruturado e
ampliado pelos romanos no I séc. a.C..
Hoje em dia
é utilizado para espetáculos durante o verão.
Lá do alto, podemos
apreciar o mar entre as montanhas, imagem extremamente pitoresca e
que exige de nós um grande esforço para poder imaginar como deve
ter sido a cidade quando era populada!
Os edifícios e as
construções que podemos apreciar hoje no sítio arqueológico de
Segesta são provavelmente do tempo do tirano de
Siracusa, Agátocles
(361 a.C. — 289 a.C.). Durante as escavações modernas, foram
desmontadas estruturas do período dos Normandos (XII séc.), e até
uma mesquita! Na estratificação da cidade foi também encontrado um
cemitério do XIV século!
Para mim é sempre
uma emoção de grande impacto, quase religioso, poder apreciar estas
cidades antigas e suas construções lindíssimas e tentar imaginar o
que era a vida lá 2600 anos atrás... a Sicília é sempre a minha
“Terra Prometida”.
E por que as excursões na
Sicília são sempre acompanhadas de refeições inesquecíveis e, no caso da Sicília Ocidental, regadas ao vinho
Bianco D'Alcamo, segue a dica de onde comer aqui perto.
A pasta acima é um
strozzapreti com verduras do restaurante que fica ali perto do sítio arqueológico, "Ristorante Mediterraneo Segesta" que fica da saída
Calatafimi Segesta na estrada A29. Site:
http://www.meditsegestacapolinea.it
Endereço do "Templo de Segesta"
Contrada Barbaro, 91013 Segesta, Calatafimi TP
Abertura: das 09h às 18.00h
Ingresso € 6,00 e meia: € 3,00
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