Como pode ser possível
numa cidade como Roma um monumento tão grande agradar tão pouco aos
romanos?!
As explicações são
muitas, mas vamos primeiro ver do que estamos falando.
No que poderíamos chamar
de centro geográfico do centro de Roma existe um cruzamento muito
importante entre a Via del Corso e a Via Cavour, que
muda de nome para Corso Vittorio Emanuele II, na monumental
Piazza Venezia.
Este monumento
mastodôntico e branco, o que faz com que nós o percebamos ainda
maior do que já é, é o famoso Altar da Pátria
ou Monumento a Vittorio Emanuele II (ou Víctor
Emanuel II, acho impossível e pouco prático para quem está vindo,
traduzir nomes próprios). A sua construção iniciou-se em 1885 e
tem como finalidade comemorar a união da Itália como a conhecemos
hoje.
Quem ganhou a licitação
foi Giuseppe Sacconi, um arquiteto do norte da Itália,
inspirado pelos antigos santuários, como o de Palestrina.
E do norte veio também o
mármore botticino para a construção deste monumento. A
sepultura do soldado desconhecido, que contém os restos mortais de
um soldado italiano morto na I Guerra Mundial, foi finalizada em
1921.
Depois de mil atrasos por
causa de verba e da falta de consistência do solo do lado norte da
colina do Capitólio, o Altar da Patria ou Vittoriano, assim
como o vemos hoje, com o Museo del Risorgimento que ele
abriga, só aconteceu em 1935!
Grandes nomes da
virada dos séculos XIX ao XX deram a sua contribuição a este
monumento, como por exemplo Manfredo
Manfredi com a grade de ferro
que o protege; a alegoria no alto do grande portão à esquerda, o
“Pensamento”, de Giulio Monteverde;
a “Ação”de Francesco Jerace. A fonte à esquerda representa o
mar Adriático (de Emilio Quadrelli), sobre a qual se apoiam a
“Força” de Augusto Rivalta
e a “Concordia” de Ludovico
Poliaghi. A fonte à direita,
representa como esperado o mar Tirreno, de Pietro
Canonica, com o “Sacrifício” de
Leonardo Bistolfi
e o “Direito” de Ettore Ximenes.
Aos leões de Giuseppe Tonnini seguem as “Vitórias aladas”,
respectivamente da esquerda à direita, de Edoardo Rubino e Edoardo
De Albertis, e por aí vai a poética concepção de Itália
do século XIX.
Interessante a
sepultura do edil plebeu Bibulo, do início do I séc a.C., feita em
tufo (pedra lávica) e mármores travertino, que nos conta que os
antigos muros servianos passavam logo atrás desta sepultura, dado
que enterrar mortos dentro dos muros da cidade não era permitido.
Os romanos tiram
muito sarro deste monumento por várias razões: quem sabe o grande
arquiteto não conseguiu dotar seu monumento das graciosas proporções
que tinham os templos antigos? Ou o mármore é um mármore “não
romano”? O resto da história e as fofocas complementares
contaremos aqui durante a nossa visita guiada em português, o que
você acha?
No alto deste
monumento existe um bar e uma vista de tirar o fôlego de qualquer
um.
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