A técnica do mosaicos medievais

post dedicado à Fátima e à Socorro

Roma pode ser vista sob infinitos pontos de vista. Para quem ama a mosaicos, é um prato cheio. Para quem não a conhece, será fácil se apaixonar.

Uma das técnicas mais amadas e desenvolvidas pelos romanos foi o mosaico. Neste post vou falar um pouquinho desta técnica durante a Idade Média, pois temos uma série imperdível de obrasprimas aqui que seria um pecado não ver!

A técnica dos Mosaicos medievais em Roma -Mosaico São Paulo Fora dos Muros
Mosaico de São Paulo Fora dos Muros, 
realizado entre 1216 e 1227

Interessante uma observação de Filarete (escultor e arquiteto que viveu na primeira metade do século XV) sobre a queda de pedidos de trabalhos em mosaicos, pois "o custo era muito alto, o tempo para aprender a técnica, longo, assim como o tempo para executá-la". Filarete também nos informa que para cada cor eram necessárias cinco tonalidades diferentes de pastilhas - e conclui dizendo que "a qualidade das pastilhas de ouro já não era a mesma de antigamente!"

O lugar onde tradicionalmente se produziam as pastilhas era Veneza!

Mosaico de Santa maria Maior, passeios em Roma
Arco triunfal e ábside de Santa Maria Maior

A grande vantagem desta técnica, é que dura muito mais do que o afresco, que já tem uma vida bem longa, se pensar que temos afrescos do século XI onde as figuras ainda podem ser reconhecidas!

Por exemplo, observe a fachada de Santa Maria in Trastevere: a parte superior em afresco e a faixa sobre as janelas arqueadas, em mosaico.

Fachada da Santa Maria in Trastevere, passeios em Roma com foco nos mosaicos medievais
Mosaico, fachada da Santa Maria in Trastevere

O reboque necessário para receber as pastilhas é constituido por duas camadas, que medem ambas entre 2 e 7 cm. O material era composto por uma espécie de cimento impermeável, pedrinhas de origem vulcânica e cal virgem.  A camada inferior é mais lisinha; a camada superior, que entra em contato com as pastilhas, levemente mais áspera, para facilitar a aderências de pastilhas mais pesadas (de cerâmica, por exemplo) e para obter efeitos de reflexo de luz no caso de pastilhas de vidro.

Passeio em Roma com foco nos mosaicos Medievais: Basílica de Santa Cecilia
Mosaico, Santa Cecilia

Uma das dificuldades na realização do mosaico é o tempo de secagem do reboque. Lógico, para que o artista possa inserir as pastilhas, a superfície que está sendo trabalhada não pode secar rápido demais, se não ele não consegue finalizar o preenchimento do desenho.

Em um décimo de metro quadrado da fachada de São Marco foram contadas 800 pastilhas! Haja rapidez e técnica para retardar a secagem do reboque!

Pavão da Basílica de São CLemente, passeios em Roma com foco nos mosaicos medievais
Pavão, San Clemente

Quanto às pastilhas, a maior parte era feita de pasta vítrea, mas também poderiam ser de mármore, cerâmica ou outras pedras duras. E você pode imaginar que os estudiosos de mosaico ainda estão debatendo vivamente sobre a quantidade de tonalidades de cada cor?! No caso de Santa Maria Maior, contam aproximadamente oito tons de azul, quatro de vermelho, sete de violeta, oito de verde e quatorze entre branco e cinza!

Passeio em Roma com foco nos mosaicos medievais, Catedral de Roma
Mosaico absidal da Catedral de Roma

Em Roma encontramos uma gama ainda maior, o que nos faz pensar que a qualidade da mão de obra romana era realmente especial!

Passeio com foco nos mosaicos de ROma, Basilica de Santa Prassede
Basílica de Santa Prassede

Quando vier à Roma, não perca a oportunidade de aprofundir suas curiosidades sobre esta técnica maravilhosa com uma guia de turismo competente, que vai deixar você literalmente de boca aberta!

E ainda falta falar das pastilhas de metais preciosos e sobre a iconografia - isso é assunto pra muitas horas!

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