Fico muito feliz com a quatidade de
viajantes que retornam
à Roma, querendo conhecer
mais profundamente a cidade, “além do Coliseu e da CapelaSistina”, pois esta cidade realmente oferece uma infinidade de
atrações.
Eu com minha amiga dos tempos pré-históricos da PUC, com a sua família
Parada “quase
obrigatória” para a segunda vez de quem vem à Roma é o Museu
Etrusco da Villa Giulia – como toda a Itália, uma guia de turismo que fale português é extremamente importante para ajudar na leitura
de um material tão denso e pouco legível aos olhos do viajante curioso.
Afresco da necrópoles de Tarquínia, completamente remontado no
interior do Museu Etrusco de Villa Giulia
A “Villa Giulia”
é uma mansão renascentista que passou pelas mãos dos mais geniais
arquitetos, com partecipação pouco importante do Vasari, “correção” de Michelangelo, mas esta maravilhosa mansão tem a
assinatura do Vignola, exatamente na metade do século XVI. Papa
Júlio III, que mandou construí-la, investiu tanta dedicação e
dinheiro neste projeto, mas infelizmente morreu quase imediatamente
depois da finalização da monumental construção, sem poder
aproveitá-la. Mas vamos ver o que nos espera!
Este terreno tinha
pertencido ao Cardeal Del Monte, o famoso mecenas de Caravaggio,
depois à famosa família Borgia, e na época era tão longe de tudo
que era um terreno cultivado.
Cerâmica grega encontrada nas tumbas etruscas, símbolo do
poder dos príncipes etruscos
A típica mansão,
ou villa,
era divida em uma parte privativa, com arquitetura refinadíssima
para recebimentos, e outra com cultivação da terra.
Assim que entramos,
a primeira coisa que vemos além do pátio central, são os afrescos
do deambulatório, ou seja, do corredor com teto abobadado com grotescas, isto é, figuras fantásticas e arabescos.
Mas vamos logo pegar
o corredor da esquerda e entrar no museu, que em primeiro lugar nos
propõe um mapa para nos esclarecer onde ficava a Etrúria. E se
olharmos com atenção este mapinha tão inocente, vamos logo
perceber a fantástica posição geográfica de Roma em relação à
antiga “piscina” chamada Mar Mediterrâneo.
Mapa da ocupação etrusca
Podemos acompanhar o
desenvolvimento do que nos resta como testemunhas desta civilização
quase exclusivamente através das suas sepulturas. O povo vilanoviano
desta região, através do contato com os gregos, da sua habilidade
em trabalhar o ferro e, impossível não presumir uma natural
engenhosidade, teve uma rápida ascenção como monarquia
tassalocrática do Mediterrâneo e que conhecemos hoje como etruscos.
A coleção do museu
nos mostra as maravilhosas urnas funerárias “bicônicas”,
ânforas e em “forma
de caixa”, típicas
do povo vilanoviano, população autóctona do final da
Idade do Bronze e que ocupava as zonas que se desenvolveram
posteriormente nas cidades da confederação etrusca.
Urna "bicônica" em cerâmica
O famoso “bucchero”,
vasos realizados em cerâmica com um procedimento especial de queima, são
abundantes na coleção. Interessante também poder observar a
quantidade de vasos de importantes artistas gregos encontrados na
Etrúria, verdadeira loucura que demonstra a riqueza dos príncipes e
nobreza etruscas do ápice do seu desenvolvimento, no VI séc a.C..
Imprescindíveis os esclarecimentos de uma guia de turismo sobre o
misterioso alfabeto dos etruscos, para fazer com que o quebra-cabeça
deste povo começe a se tornar legível na nossa cabeça!
Imperdível o
“Sarcófago dos Esposos” peça em enormes proporções em
cerâmica do ano 520 a.C., encontrada literalmente despedaçada em
400 partes e pacientemente remontada por mãos de hábeis
restauradores que nos conta mais do que como eram os etruscos, mas de
como “queriam ser vistos” pelos outros, além da especial relação
homem-mulher deste povo.
O famoso sarcófago dos esposos
(difícil de fotografar por causa do reflexo da vetrine!)
A reconstrução da
sepultura de Tarquínia, descoberta em 1873, é também uma das
principais atrações deste museu. Maravilhosos afrescos nos contam
sobre a visão da vida após a morte dos etruscos, a simbologia da
escolha dos animais e das cores representadas têm uma função
importante, que como todo o resto pode ser melhor explicado com uma
boa guia de turismo que fale português e acompanhe você nesta
aventura de contato com uma civilização distante de nós 2.700
anos.
Fascinante o que
sobrou do Santuário de Pyrgi, no porto que se extendia por uma área
de dez hectares e que deu trabalho por 50 anos aos arqueólogos da
“Universidade La Sapienza”!
As lâminas de ouro, tratado assinado entre etruscos e fenícios
A coleção nos
mostra uma série de objetos utilizados pelos povos antigos, como
vasos, jarras, copos e instrumentos de limpeza corporal que nos
permitem finalmente descobrir a função de curiosas manufaturas que
vemos não só neste museu.
O fantástico Apolo de Vulca, artista do VI séc a.C.
Outras preciosidades que cobrem aspectos da importante vida
religiosa dos etruscos serão desvendadas aqui com a gente.
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
Marcadores: etruscologia, italia para brasileiros, italia serviços turísticos, viagem na Italia com guia em português